Dieta Low Carb - Diabetes e Obesidade
No início do século 20 aquilo que hoje conhecemos como diabetes tipo 2 era predominantemente definido como uma doença de intolerância aos carboidratos, e era tratado fundamentalmente através da redução da ingestão de carboidratos. Essa restrição era uma forma particularmente bem sucedida de tratar o diabetes tipo 2 antes da descoberta da insulina. Assim como hoje a intolerância à lactose e ao glúten são tratadas, diminuindo-se a ingestão de lactose e glúten, respectivamente.
Na última década diversos estudos científicos mostraram que reduzir os carboidratos é superior à reduzir as gorduras, tanto na redução do peso, quanto em melhorar o controle do Diabetes, levando a própria Joslin Diabetes Center ( centro de referencia no tratamento do Diabetes nos EUA) a propor que uma alimentação com menos carboidratos seja melhor para o tratamento do diabetes.
Também foi demonstrado que reduzir os carboidratos em pacientes com diabetes tipo 2 melhora a sensibilidade à insulina, reduz a gordura abdominal, os triglicerídeos, e aumenta o HDL (colesterol bom). Pessoas que aderem a esse estilo de alimentação relatam sentir menos fome e mais saciedade!
O temor que uma alimentação rica em proteínas pudesse piorar a função dos rins de pessoas com diabetes também foi descartado através de estudos científicos. Entretanto, pessoas que já apresentam alteração da função renal, precisam de cuidados especiais pelo excesso de ingestão proteíca.
Além disso, até hoje não há evidência significativa para se concluir que a gordura saturada da alimentação esteja associada com aumento de doença cardiovascular.
Cada vez mais as pesquisas comprovam que as dietas low-carb EMAGRECEM mais que dietas low-fat (pouca gordura e mais ricas em carboidratos), principalmente nos pacientes com resistência a insulina, e melhoram índices de glicose, colesterol, triglicérides e outros marcadores de doença casrdiovascular.
Mais do que uma dieta, diminuir a quantidade de carboidratos, independente da perda de peso que isso gere, pode melhorar a saúde!
Se você precisa emagrecer ou controlar o seu diabetes, já tentou restringir as calorias, e não conseguiu, experimente essa mudança no seu estilo de vida, com o acompanhamento de um endocrinologista e de forma segura!
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Por que Low Carb?
O que define o diabetes é o nível elevado de glicose (açucar) no sangue. Enquanto muitos medicamentos podem ajudar a reduzir a glicose no sangue, uma simples redução de alimentos que aumentam significativamente a glicemia pode ser suficiente para normalizá-la. Os medicamentos podem, portanto, ser reduzidos (em consulta com o endocrinologista) e, em alguns casos (apenas nos diabéticos tipo 2) eliminados completamente.
Quais alimentos devem ser evitados?
Reduzir a ingestão de açúcares é claramente benéfico no controle da glicose no sangue. No entanto, carboidratos ricos em amido e farinhas processadas, como pão, macarrão, arroz e batatas também são metabolizados pelo organismo para produzir grandes quantidades de glicose. Como eles contêm muito poucos micronutrientes (vitaminas e minerais), dietas low carb muitas vezes eliminam esses alimentos da base alimentar.
Que alimentos são recomendados?
Uma dieta low carb não é necessariamente baixa em todos os alimentos que tenham carboidrato, apenas aqueles que aumentam mais os níveis da glicose e de insulina do sangue. Os vegetais, com a exceção daqueles ricos em amido, são consumidos em abundância; As nozes e algumas frutas também são liberadas. Os alimentos saudáveis, naturais e não processados, são a base da alimentação. Nesta categoria encontramos, entre outros, a carne, peixe, ovos e laticínios, incluindo manteiga e creme de leite.
O impacto de determinados alimentos sobre a glicose no sangue pode variar muito entre os indivíduos, e a glicemia capilar (ponta de dedo), após as refeições, é recomendada para descobrir quais os alimentos que você deve incluir com segurança na sua alimentação.
Em termos gerais, os carboidratos têm um grande impacto nos níveis de glicose no sangue, proteínas muito menos e as gorduras têm pouco ou nenhum efeito.
Entretanto, a orientação de quais alimentos devem ser evitados ou permitidos, deve ser realizada pelo seu endocrinologista e/ou nutricionista.
Low carb? O quão pouco de carboidrato deve-se ingerir?
Uma dieta low carb eficaz é aquela que mantenha, na maioria das vezes, um nível normal da glicose de sangue. A quantidade de carboidratos irá variar entre os indivíduos.
O que é um nível normal de glicose no sangue?
Uma pessoa sem diabetes normalmente terá um nível de glicose no sangue dentro de uma faixa bem controlada, geralmente abaixo de 100 mg/dL na maior parte do tempo. Isto equivale a uma hemoglobina glicada (HbA1c) inferior a 5%.
O alvo da hemoglobina glicada e das glicemias capilares deve ser individualizado de acordo com a idade, comorbidades existentes e suporte social. Entretanto, na maioria das vezes, um valor de até 100 mg/dl antes das refeições e 140 mg/dl após as refeições, é o recomendado pelas diretrizes médicas.
Pergunte ao seu endocrinologista qual o seu alvo glicemico.
E quanto ao colesterol?
Pacientes com diabetes tem maior risco de doenças cardiovasculares.
O colesterol total é reconhecido como um indicador muito pobre de risco de doença cardíaca. Muito mais significativo são os componentes individuais do colesterol total, conhecido como lipoproteína de alta densidade (HDL) e triglicérides. Quanto menor o triglicérides e maior o HDL, melhor.
Os estudos mostram que pessoas submetidas a dietas com baixa quantidade de carboidrato apresentam uma melhora significativa nos níveis de colesterol. Entretanto, isso pode não acontecer sempre, e por isso o acompanhamento com o endocrinologista e a monitorização periódica com exames laboratoriais se faz necessária.
E quanto à perda de peso?
A insulina, além de ser responsável pela entrada da glicose dentro da célula, é conhecida como o hormônio de construção da gordura. Na verdade, acumular gordura sem insulina é muito dificil.
A insulina também inibe o uso da gordura armazenada como fonte de combustível. Reduzir os níveis de insulina é extremamente importante para a perda de peso ter sucesso. Esta é uma razão pela qual a dieta low carb ser bem sucedida na perda do peso.
Muitas pessoas também relatam que consomem menos calorias sem sentir fome com esse tipo de alimentação, porque seu metabolismo de gordura começa a funcionar corretamente, permitindo que o corpo tenha acesso a reservas de energia em lojas de gordura que anteriormente eram inacessíveis.
Cetose / Cetoacidose – Qual a diferença?
As pessoas muitas vezes confundem dois processos metabólicos bastante distintos - cetose e cetoacidose.
Cetose é um estado perfeitamente natural e saudável durante o qual o corpo usa gordura armazenada ou da alimentação como combustível. Para entrar neste estado, a ingestão de carboidratos precisa ser baixa. A maioria dos órgãos do corpo, como o coração, por exemplo, conseguem usar a cetona como fonte de energia de forma muito eficiente.
Cetoacidose é bastante diferente, e é tipicamente resultado de uma falta de insulina, não uma falta de carboidratos. Com a ausência de insulina, o corpo tenta alimentar-se por quebrar as reservas de gordura e proteína de forma descontrolada, um processo que deixa o sangue ácido, algo que é muito perigoso.
Em resumo, a cetose geralmente ocorre quando os açúcares no sangue estão na extremidade inferior do intervalo normal, e a cetoacidose ocorre quando os açúcares do sangue estão muito elevados, na ausência de insulina.
Cetose é um resultado de baixa ingestão de carboidratos, cetoacidose é um resultado da ausência de insulina.
A dieta Low Carb pode ser adequada para pessoas com diabetes tipo 1?
Os benefícios de níveis reduzidos de insulina também se aplicam ao diabetes tipo 1, apesar de haver menos estudos com essa população. Não é verdade dizer que as pessoas com diabetes tipo 1 precisam de muito carboidrato para não ter hipoglicemia. Eles podem simplesmente precisar de menos insulina.
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Atenção: qualquer mudança na sua alimentação deve ser feita em conjunto com o seu endocrinologista e nutricionista. Na maioria das vezes é preciso ajustar as medicações em uso, além de controle periódico dos exames laboratoriais e modificação da quantidade de carboidrato consumida, de acordo com os resultados apresentados.
Na CONSULTA COM O ENDOCRINOLOGISTA tire as suas dúvidas e informe-se. A informação é um importante remédio no TRATAMENTO DO DIABETES!
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