Obesidade
O QUE É?
A obesidade é uma doença crônica, de tratamento complexo e cuja a prevalência vem aumentando nas últimas décadas. A etiologia da obesidade é multifatorial, resultando da interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. No Brasil, mais da metade da população tem excesso de peso, sendo aproximadamente 15% de OBESOS.
O ambiente moderno é um potente estímulo para a OBESIDADE. A diminuição dos níveis de atividade física e o aumento da ingestão calórica são os principais fatores considerados pela maioria das entidades. Entretanto, nos últimos anos, diversos cientistas questionam essa visão. Não seria a obesidade consequencia da qualidade da nossa alimentação? Relacionada principalmente ao aumento do consumo de carboidratos refinados nas últimas décadas?
É altamente provável a herança poligênica como determinante da obesidade. O risco de obesidade quando nenhum dos pais é obeso é de 9%, enquanto, quando um dos genitores é obeso, eleva-se a 50%, atingindo 80% quando ambos são obesos
O fato de haver forte influência genética na obesidade não indica que esta seja inevitável, devendo-se pôr em prática todos os esforços para tentar adequar o peso dessas crianças e realizar, assim, um importante trabalho preventivo, numa condição ligada a tantos efeitos deletérios em curto, médio e longo prazos.
Vários medicamentos podem ter efeito adverso no peso corporal por influenciarem tanto a ingesta alimentar quanto o gasto calórico/energético. Nesses casos, deve-se considerar medicamentos alternativos com menos impacto no GANHO DE PESO.
Sintomas de estresse, tais como ANSIEDADE, DEPRESSÃO, nervosismo e o hábito de se alimentar quando problemas emocionais estão presentes, são comuns em pacientes com sobrepeso ou obesidade, sugerindo relação entre ESTRESSE e obesidade. O estresse pode ser uma consequência da obesidade devido a fatores sociais, à discriminação e, alternativamente, a causa da obesidade.
A presença de obesidade aumenta muito o risco do surgimento de outras doenças, tais como o DIABETES, hipertensão arterial, apnéia do sono, DISLIPIDEMIA (alteração do colesterol), ESTEATOSE HEPÁTICA (gordura no fígado), doenças articulares e vários tipos de câncer. Por esses motivos, é fundamental um tratamento seguro e eficaz que promova não só a PERDA DE PESO como a sua manutenção a longo prazo.
DIAGNÓSTICO
A forma mais usada para aferir a medida de massa corporal tem sido o PESO isolado ou peso ajustado para a altura (IMC). Mais recentemente, tem-se notado que a distribuição de GORDURA é mais preditiva de saúde. A combinação de massa corporal e distribuição de gordura é, provavelmente, a melhor opção para preencher a necessidade de avaliação clínica. Deve-se notar, entretanto, que não há avaliação perfeita para SOBREPESO e obesidade.
TRATAMENTO
Entre as diferentes estratégias utilizadas no TRATAMENTO DA OBESIDADE, destacam-se modificação dos HÁBITOS ALIMENTARES, prática de atividade física, terapias comportamentais, medicamentos e CIRURGIA BARIÁTRICA. A escolha entre essas opções deve ser individualizada, de acordo com as características do paciente e avaliando o risco individual da obesidade para o paciente e os possíveis efeitos adversos do tratamento.
Considera-se sucesso no tratamento da obesidade a habilidade de atingir e manter uma PERDA DE PESO clinicamente útil, que resulte em efeitos benéficos sobre doenças associadas, como diabetes, hipertensão e dislipidemia. O sucesso em longo prazo depende de constante vigilância na adequação do nível de atividade física e de ingestão de alimento, além de outros fatores, como apoio social, familiar e automonitorização. Estudos mostram que visitas frequentes aos profissionais de saúde (pelo menos 1x ao mês) aumentam o sucesso do tratamento.
Pode-se tentar alterar o BALANÇO ENERGÉTICO pela diminuição do consumo calórico, pelo aumento do gasto energético ou por ambos. Entretanto, sabe-se que esse tipo de intervenção apresenta um resultado muito ruim a longo prazo. Seria o balanço energético o ponto crucial no tratamento da obesidade?
Pode-se avaliar o consumo CALÓRICO por meio do hábito alimentar, usando diários alimentares ou listas de checagem de alimentos. Determina-se o gasto energético diário pela TAXA METABÓLICA BASAL (60% a 70%), pelo efeito térmico dos alimentos (10%) e pelo gasto de energia com atividade física.
ATIVIDADE FÍSICA é o mais importante componente variável, representando cerca de 20% a 30% do gasto energético total em adultos. Entretanto, hoje sabemos que apesar de extremamente importante para o condicionamento cardiovascular, sensação de bem-estar, controle da ansiedade e depressão, o benefício da pratica de atividade física para a perda de peso é muito limitado.
Alguns tratamentos dermatológicos, como a criolipólise, também podem ser utilizados para a retirada da gordura localizada.
O tratamento farmacológico da obesidade, quando indicado de forma criteriosa, é seguro e benéfico. Diversos estudos científicos comprovam isso. Tais MEDICAÇÕES são recomendadas de acordo com o peso, doenças associadas, padrões alimentares, tratamentos prévios e preferências de cada indivíduo.
A SIBUTRAMINA é uma medicação ANTIOBESIDADE de ação central, atuando como inibidor de receptação de serotonina e norepinefrina. Seu efeito principal sobre a regulação da ingestão de alimentos parece estar relacionado com o aumento da saciedade, diminuindo também o APETITE.
Recentemente o LIRAGLUTIDE, antigamente usado apenas para tratamento do diabetes tipo 2, com o nome cormecial de VICTOZA, foi aprovado para o tratamento da obesidade, com o nome comercial de SAXENDA. Ele é uma análogo do GLP-1, hormônio produzido pelo intestino, que em quantidade maiores atua inibindo a fome e aumentando o tempo de esvaziamento gástrico e a saciedade.
O ORLISTAT tem uma ação principalmente local, inibindo a absorção de 30% da gordura ingerida, que são posteriormente eliminadas pelas fezes. Está associado a melhora do colesterol.
A FLUOXETINA e a SETRALINA podem favorecer a redução do peso mas não são consideradas medicações antiobesidade. Geralmente são utilizadas quando o ganho de peso está associado a transtornos depressivos/ansiosos ou a compulsão alimentar. A bupropiona e o topiramato, em situações específicas, também podem ser utilizadas com a finalidade de perda de peso.
Por ser uma doença de causa multifatorial, o TRATAMENTO DA OBESIDADE é muito mais eficiente quando realizado por uma equipe multiprofissional e de forma individualizada. Por isso, oferecemos atendimento em equipe especializada composta por ENDOCRINOLOGISTA, NUTRICIONISTA, PSICÓLOGO, e professores de EDUCAÇÃO FÍSICA.
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Avaliação da Composição Corporal
Na CONSULTA COM O ENDOCRINOLOGISTA tire as suas dúvidas e informe-se. A informação é um importante remédio para uma vida mais saudável!