Dieta Low Carb e Diabetes: eficácia da dieta Low Carb na população japoneasa
Esse estudo foi publicado em 2016 na Clinical Nutrition e coma intenção de avaliar a segurança e a eficácia da dieta Low Carb em pessoas japonesas com diabetes tipo 2, mal controlados.
Foram selecionadas para o estudo pessoas com diabetes e com HbA1C > 7,5%, que já tinham passado por pelo menos duas avaliações nutricionais convencionais. Pessoas com complicações graves foram excluídas do estudo (insuficiência renal, neuropatia diabética, retinopatia diabética).
Foi um estudo randomização, ou seja, com dois grupos de pessoas diabéticas e características semelhantes, que foram randomizados para receber ou uma dieta com baixa quantidade de carboidrato (Low Carb / High Fat) ou a dieta convencional (High Carb / Low Fat). Esse é o melhor tipo de estudo quando queremos avaliar se um tratamento é bom e seguro.
Abaixo algumas informações importantes que os autores mencionam no artigo:
A terapia nutricional é uma das mais importantes estratégias no tratamento do diabetes, mas ao mesmo tempo é a terapia que as pessoas tem maior dificuldade em seguir.
De acordo com as diretrizes da Sociedade Japonesa de Diabetes, a dieta restritiva (hipocalórica) é a alimentação recomendada para pacientes com diabetes tipo 2, sendo muitas vezes educados e acompanhados por nutricionistas. No entanto, mesmo depois de receberem orientação, muitos pacientes têm dificuldade em aderir a essa dieta, o que certamente prejudica os resultados do tratamento.
Nos Estados Unidos e na Europa, há um amplo debate sobre o valor da dieta de baixo carboidrato (Low Carb) no tratamento do diabetes. Vários estudos têm analisado a eficácia e a segurança das dietas Low Carb em pessoas com Diabetes, assim como qual a quantidade de carboidratos necessários para pacientes com diabetes.
Com base nesses estudos, a dieta Low Carb parece ser uma alternativa útil no tratamento do Diabetes nos países ocidentais
Não há dúvida que a cultura alimentar em cada país afete a eficácia de um determinado tipo de alimentação. A ingestão de carboidratos, por exemplo, é maior no Japão do que nos países ocidentais. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição no Japão, a ingestão média de energia do japonês foi de 1863 kcal/dia em 2014 com 57,3% de carboidratos, 15,1% de proteínas e 27,6% de gordura. Em comparação, o consumo médio de energia dos americanos que foi 2137 kcal / dia com 49,2% de carboidratos, 15,7% de proteínas e 33,6% de gordura.
O arroz e o arroz processado são as principais fontes de carboidratos (47,0%) no Japão. Nos Estados Unidos, são refrigerantes (13,9%), pães (10%), bolos, biscoitos, pão rápido e torta (8,3%), mas arroz e grãos cozidos são apenas 3,1%.
Voltando aos resultados do estudo...
No total 66 pacientes participaram por 6 meses do estudo. Modificações nas medicações foram autorizadas durante esse período.
No grupo no qual as pessoas com diabetes iam continuar ingerindo a dieta padrão, o alvo da ingestão calórica total foi calculado pela multiplicação do peso corporal ideal por 28 kcal/kg, de acordo com as diretrizes da Sociedade Japonesa de Diabetes. A % de carboidratos por caloria total foi de 50-60%, e a de proteína 1,0-1,2 g/kg.
Para as pessoas com diabetes participantes do grupo Low Carb, foi estabelecido um alvo de 130 g/dia de carboidratos . Não houve outras orientações específicas além da quantidade de carboidratos e sobre o consumo de gordura insaturada ao invés vez de gordura saturada.
No final de 6 meses de estudo, a ingestão calórica das pessoas com diabetes que fizeram a dieta low carb foi significativamente menor, mesmo não havendo restrição na quantidade total de calorias permitidas por dia.
A média de ingestão de carboidratos no grupo low carb foi de 149 g/dia, enquanto no outro grupo 198g. Mesmo não mantendo a quantidade de carboidrato preconizada no inicio do estudo, a melhora da hemoglobina glicada e redução de peso foi significativa do grupo Low Carb.
Aproximadamente 20% dos pacientes apresentam uma queda maior que 2 pontos na hemoglobina glicada, sendo necessário a redução das medicações em uso. Não houve alteração significativa no perfil lipídico (colesterol) e na função renal nos dois grupos.
Os autores concluem que esses resultados deixam claro que as dietas low carb são mais eficazes, sendo uma opção para as os japoneses com diabetes e que não estão bem controlados.
Na CONSULTA COM O ENDOCRINOLOGISTA tire as suas dúvidas e informe-se. A informação é um importante remédio no TRATAMENTO DO DIABETES!
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