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Diabetes - Complicações Crônicas

 

DIABETES é uma doença crônica que pode ocasionar uma série de complicações ao longo dos anos. Entre as mais frequentes pode-se citar:


- Doenças do coração, como o infarto


- Doenças cerebrovasculares, como o AVC (derrame)


- Retinopatia (doença dos olhos), que pode levar a cegueira


- Nefropatia (doença dos rins), que pode levar a insuficiência renal e diálise


- Neuropatia (doença dos nervos), que pode levar, entre outras complicações, a úlceras nos pés e necessidade de amputação


A maiorias dessas complicações não causam nenhum sintoma no início, mas podem ser prevenidas ou ter suas consequências minimizadas, com um acompanhamento com o endocrinologista regularmente e controle da GLICEMIA (açúcar no sangue).


Complicações Cardiovasculares

 

endocrinologista diabetes infarto
Várias medidas são importantes para reduzir o risco do aparecimento das doenças cardiovasculares (coração e vasos sanguíneos). Entre elas:


- Parar de fumar


- Controle da Pressão Arterial através da mudança do estilo de vida e eventualmente do uso de medicações que diminuem a pressão

endocrinologista diabetes pressao arterial
- Controle da dislipidemia (alteração dos níveis do colesterol e triglicérides). Isso pode ser feito através da mudança da alimentação, mas algumas pessoas podem precisar usar medicações para diminuir o colesterol LDL (colesterol ruim) e/ou os triglicérides.

 


Se for necessário o uso dessa medicação, a estatina é a melhor opção. Ela diminui o risco de infarto, AVC (derrame) e morte em pessoas com mais de 40 anos e DIABETES, mesmo que os valores do colesterol estejam dentro da normalidade.

 


A indicação do uso de estatina é feita mais pelo risco de desenvolvimento de alguma doença cardiovascular do que pelo valor do colesterol. A estatina é recomendada para todos que apresentam alguma doença cardiovascular ou para aqueles com mais de 40 anos, independente dos valores do colesterol. Para os pacientes com menos de 40 anos o uso de estatina pode ser recomendado na presença de outras condições que aumentem o risco de doenças cardiovasculares, tais como hipertensão arterial (pressão alta), obesidade, tabagismo.

endocrinologista dislipidemia
O ajuste da dose será feito de acordo com a tolerância a medicação, efeitos colaterais e valores do colesterol. A recomendação das Sociedades especializadas em DIABETES é que o colesterol LDL fique abaixo de 100 mg/dl e, em algumas situações, abaixo de 70 mg/dl.

 


- AAS (aspirina) 81 – 100mg por dia – é recomendado para todos com DIABETES que tenham ou estejam em risco para doença cardiovascular.

 

Alguns estudos mostraram que a diminuição da Hemoglobina Glicada, com o uso de algumas medicações específicas, também diminui o risco do aparecimento de doenças cardiovasculares.

 

Controle da glicemia (açúcar no sangue)

 


As complicações crônicas (que acontecem a longo prazo) são causadas pelos efeitos do excesso de açúcar na parede dos vasos.

 


Dois importantes estudos, DCCT em pacientes com DIABETES Tipo 1 e UKPDS em pacientes com DIABETES tipo 2, mostraram que pessoas com DIABETES e menores valores de glicemia, tiveram menor número de complicações em comparação às pessoas com DIABETES e maiores valores de glicemia.

 


Portanto, manter os valores de glicemia próximo aos valores normais pode ajudar na prevenção das complicações crônicas nas pessoas com DIABETES. Entretanto, manter os valores de glicose nesses níveis no sangue está associado a alguns riscos, particularmente o aumento da ocorrência de hipoglicemia (açúcar no sangue muito baixo – valores < 70 mg/dL).

 

Monitorando os níveis de açúcar no sangue

 

Monitorar o açúcar no sangue em casa, através da glicemia capilar (ponta de dedo), pode mostrar o quão controlado está o seu DIABETES e servir de guia para o ajuste das suas medicações.

 

 endocrinologista controle glicemia

 

Para a maioria das pessoas o alvo da glicemia de jejum e antes das refeições é em torno de 80 e 120 mg/dl, mas a definição desses valores depende de outras condições associadas (idade, complicações associadas, suporte social) e deve ser individualizado e ser discutido com o seu endocrinologista.

 

Um outro exame de sangue, a Hemoglobina Glicada (A1C), também é utilizado para monitorizar o controle glicêmico. O seu resultado reflete a média da glicemia nos últimos 3 meses. Um valor de A1C menor que 7% ou menos é geralmente o recomendado, isso corresponde a uma média de glicemia de aproximadamente 150 mg/dL.

 

O alvo do valor da Hemoglobina Glicada pode ser maior em idosos ou em pessoas com outras condições que aumentem o risco de hipoglicemia. Mesmo pequenas diminuições da Hemoglobina Glicada estão relacionadas a diminuição da ocorrência de complicações associadas ao DIABETES.

 

 endocrinologista hemoglobina glicada

 

A combinação da Glicemia Capilar e da Hemoglobina Glicada fornece informação sobre os valores diários da glicemia e da média da glicemia dos últimos meses.

 

DIABETES tipo 1: o controle da glicemia no paciente com DIABETES tipo 1 requer o uso de insulina, seja através da aplicação (injeção) de insulina ou da bomba de insulina. A maioria dos endocrinologistas indicam um tratamento mais intensivo, sendo necessário um maior número de aplicações de insulina por dia ou o uso de bomba de insulina, além de um controle mais frequente da glicemia capilar.

 

O tratamento intensivo aumenta o risco de hipoglicemia (açúcar no sangue muito baixo), é mais caro do que o tratamento de insulina convencional, e precisa que o paciente monitore sua glicemia capilar, dieta e atividade física. Muitas vezes, pelo uso de maior quantidade de insulina, essas pessoas ganham peso, mas isso pode ser evitado através de uma alimentação balanceada e da prática regular de atividade física.

 

DIABETES tipo 2: algumas vezes, nas pessoas com DIABETES tipo 2, é possível atingir um controle glicêmico adequado com modificações do estilo de vida, como mudanças alimentares e atividade física, e em outras situações, em associação com medicações orais que diminuem a glicose (açúcar) no sangue – os hipoglicemiantes orais. O uso de insulina pode ser necessário no diagnóstico ou ao longo do tratamento. Na maioria das vezes uma ou duas injeções por dia já são suficientes para atingir um adequado controle do DIABETES.

 

Complicações nos olhos - Retinopatia Diabética

 

O exame regular dos olhos é fundamental para a detecção precoce das complicações oculares (retinopatia) que ocorrem nas pessoas com DIABETES pelo excesso de glicose no sangue. Nas fases iniciais a retinopatia pode ser tratada, evitando a perda visual (cegueira).

 endocrinologista fundo de olho

 

O exame do olho deve ser feito pelo Oftalmologista (médico especialista em olhos), que usa uma medicação específica que dilata as pupilas facilitando o exame da retina. Em algumas pessoas com retinopatia são tiradas fotos da retina com o objetivo de monitorar e comparar as mudanças que ocorrem com o tempo.

 

O risco de desenvolver retinopatia varia de acordo com o tempo de duração do DIABETES, controle glicêmico e presença outras condições associadas.

 

 endocrinologista retinopatia

 

Pessoas com DIABETES tipo 1 devem realizar o seu primeiro exame de fundo de olho com o oftalmologista após 5 anos do diagnóstico. Em pessoas com dificuldade visual, o exame pode ser realizado antes. A frequência das novas avaliações irá depender do resultado do Fundo de Olho, quanto mais avançado, maior a necessidade de avaliações mais frequentes. Entretanto, existe a recomendação que essa avaliação seja realizada ao menos 1x ao ano.

 

Já as pessoas com DIABETES tipo 2 devem realizar o seu primeiro exame de fundo de olho ao diagnóstico. A razão para uma avaliação mais precoce é justificada pelo fato que os níveis elevados de glicose no sangue podem estar presentes anos antes do diagnóstico. As complicações oftalmológicas (complicações nos olhos) podem ter se iniciado nesse período sem que exista nenhum sintoma.

 

O exame do fundo de olho precoce permite determinar se há complicação, a gravidade dessa complicação e se é necessário o tratamento. A frequência das novas avaliações irá depender do resultado do fundo de olho, quanto mais grave, mais frequente as avaliações. Entretanto, existe a recomendação que essa avaliação seja realizada ao menos 1x ao ano.

 

Cuidado com os pés

 

DIABETES, pelo excesso de açúcar no sangue, pode danificar os vasos que levam sangue para os pés, assim como os nervos que permitem a sensibilidade (capacidade de sentir dor, perceber o calor). Essas alterações colocam o pé em risco de complicações graves, como as úlceras. Complicações nos pés são muito comuns nas pessoas com DIABETES, e podem passar desapercebida até a complicação se agravar.

 

Quem tem DIABETES deve examinar os seus pés diariamente. É importante olhar todas as partes dos pés, especialmente na região entre os dedos. Procurar por fissuras, úlceras, calosidades, áreas mais quentes ou vermelhas, é muito importante. Deve-se sempre comunicar um profissional de saúde na presença de qualquer uma dessas alterações.

 endocrinologista pé diabético

 

 

É preciso criar um hábito. Determinar uma rotina. Pode ser na hora do banho, no momento de se vestir. As vezes preciso a ajuda de outra pessoa ou o uso de um espelho para examinar a sola dos pés.

 

Durante a consulta com o endocrinologista será avaliado a perfusão nos pés (se está chegando sangue), assim como a sua sensibilidade. Quem tem DIABETES tipo 1 deve ter a sensibilidade testada anualmente, com início após 5 anos do diagnóstico. Já nas pessoas com DIABETES tipo 2, o exame anual dos pés deve ser iniciado a partir do diagnóstico do DIABETES.

 

 

No exame dos pés o endocrinologista irá determinar se sensibilidade está normal ou diminuída e também checar a presença de calosidades, úlceras, ressecamento, rachaduras, frieiras. Pessoas com diminuição da sensibilidade tem maior risco para o aparecimento de lesões mais graves, já que não sentem dor e dessa forma não irão cuidar da lesão no seu início.

 

Complicações nos rins – Nefropatia Diabética

 

DIABETES pode alterar a função renal dos rins. A análise da quantidade de uma proteína chamada albumina na urina, pode determinar se o excesso de glicose no sangue está prejudicando o correto funcionamento dos rins. Quantidades microscópicas de albumina na urina (microalbuminuria) podem ser um sinal precoce de uma complicação nos rins causada pelo DIABETES (nefropatia diabética).

 nefropatia diabetica endocrinologista

 

O exame de urina deve ser feito 5 anos após o diagnóstico nas pessoas com DIABETES tipo 1, e ao diagnóstico nas pessoas com DIABETES tipo 2. Se o exame demonstrar que existe proteína na urina, um controle mais rigoroso da glicemia e do colesterol é necessário.

 

Existem medicações que são utilizadas para o tratamento da hipertensão arterial (pressão alta), tais como o Enalapril e o Losartan, que podem ser usadas para diminuir a excreção dessa proteína na urina. Isso pode ser feito mesmo nas pessoas que não tem o diagnóstico de hipertensão arterial. Essas medicações diminuem a progressão da doença dos rins causada pelo DIABETES.

 

Relação da Hipertensão com as complicações do DIABETES

 

Muitas pessoas com DIABETES tem o diagnóstico de hipertensão arterial (pressão alta) também. Embora a pressão alta cause poucos sintomas, ela pode piorar as lesões nos vasos sanguíneos e aumentar a velocidade de aparecimento e agravamento das complicações nos olhos e nos rins.

 

O diagnóstico de hipertensão arterial pode ser feito durante a consulta com o endocrinologista através da aferição da pressão.

 endocrinologista hipertensao

 

Uma pressão arterial menor que 140 x 90 mmHg, ou em algumas situações menor que 130x80 mmHg, é recomendada para a maioria das pessoas com DIABETES.

 

Medidas comportamentais como a perda de peso, cessação do tabagismo, atividade física, diminuição do sal da dieta, e diminuição do consumo de álcool, fazem parte do tratamento da hipertensão arterial. Em algumas situações pode ser necessário o uso de medicações que abaixam a pressão (anti-hipertensivos), sendo necessário a discussão dos prós e contras de cada medicação.

 

Obesidade

 

O excesso de peso frequentemente está associado ao DIABETES tipo 2.

 

No DIABETES tipo 2 o excesso de gordura corporal dificulta a ação da insulina (resistência à insulina) de tirar a glicose do sangue e coloca-la dentro das células.

 endocrinologista obesidade

 

A perda de peso é uma parte fundamental no tratamento do DIABETES! Medidas como melhora da alimentação e atividade física são essenciais. Muitas vezes medicações que controlam o apetite e/ou aumentam a saciedade devem ser usadas para que o paciente atinja o objetivo estipulado.

 

Perdas pequenas, de aproximadamente 10% do peso corporal, já são suficientes para melhoras significativas no controle do DIABETES.

 

 

Na CONSULTA COM O ENDOCRINOLOGISTA tire as suas dúvidas e informe-se. A informação é um importante remédio no TRATAMENTO DO DIABETES!

 

 

Saiba mais sobre o Diabetes:

- Diabetes - Educação em Diabetes - Índice

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