Contagem de Carboidratos
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL é aquela capaz de oferecer todos os NUTRIENTES necessários para o corpo humano, promovendo seu crescimento e desenvolvimento, resistência às doenças, além de SAÚDE e bem-estar.
A estratégia da contagem de carboidratos é uma ótima aliada no tratamento do DIABETES e deve ser inserida no contexto de uma alimentação saudável. A individualização do plano alimentar, respeitando-se necessidades nutricionais, hábitos alimentares, atividade física, medicação e situação socioeconômica, é essencial!
Na CONTAGEM DE CARBOIDRATOS contabilizamos os gramas de carboidratos consumidos nas refeições e lanches, com o objetivo de manter a glicemia dentro de limites normais. A razão pela qual contamos gramas de carboidratos é porque os carboidratos tendem a ter maior efeito na GLICEMIA. O carboidrato é o nutriente que mais rapidamente e em maior quantidade (100%) se converte em glicose.
Os carboidratos podem ser divididos em complexos (polissacarídeos) e simples (monossacarídeos). Apenas os carboidratos simples podem ser absorvidos pelo intestino, entrar na circulação sanguínea e posteriormente dentro das células, para virar ENERGIA. Os carboidratos complexos precisam ser digeridos e transformados em monossacarídeos, para poderem ser aproveitados. O monossacarídeo mais conhecido é a GLICOSE.
Para entrar na célula e fornecer energia ao nosso organismo a glicose precisa de uma "chave". Sem essa chave, ela fica na corrente sanguínea se acumulando, e causa muitos danos aos diversos órgãos. Essa "chave" é a INSULINA, produzida pelo pâncreas, cuja falta ou ação defeituosa, causa o DIABETES.
O ÍNDICE GLICÊMICO do alimento fonte de carboidrato mostra a capacidade que ele possui de alterar a glicemia plasmática, ou seja, os alimentos de alto índice glicêmico são aqueles que aumentam a glicemia rapidamente, devendo, portanto, ser evitados pelos pacientes com diabetes. Já os alimentos de moderado e baixo índice glicêmico devem ser priorizados pelos pacientes, uma vez que, na sua maioria, são ricos em FIBRAS e, por isso, não alteram a glicemia rapidamente.
A PROTEÍNA também têm efeito na glicemia, porém, de forma mais lenta. O excesso de proteína, portanto, também resulta em aumento da glicemia, além de interferir na absorção do carboidrato ingerido.
Com a CONTAGEM DE CARBOIDRATOS você tem uma maior variedade na escolha dos alimentos que compõem o seu plano alimentar, além de controlar sua glicemia mais precisamente.
Todo paciente com diabetes pode fazer uso da contagem de carboidratos, tanto os que usam insulina como aqueles que fazem o acompanhamento somente com HIPOGLICEMIANTES ORAIS. Entretanto, para aqueles que fazem uso de INSULINA antes das refeições, o benefício é maior.
Sabendo-se a QUANTIDADE DE CARBOIDRATO ingerida é possível precisar a dose de insulina que deve ser administrada. Dessa forma, se no almoço de domingo a ingestão de carboidrato for maior, a dose de insulina aplicada será maior. Se ao contrário, no dia seguinte você estava indisposto e comeu pouco, a dose de insulina aplicada será menor.
A razão insulina/carboidrato é definida para cada paciente, de acordo com o seu perfil individual e controle glicêmico. Ela representa o quanto de carboidrato (em gramas) que 1 unidade de insulina é capaz de metabolizar.
Por exemplo, uma relação 1:15 g, significa que para cada 15g de carboidrato ingerida, deverei aplicar 1 unidade de insulina rápida / ultra-rápida antes da refeição. Ou seja, preciso de 1 unidade de insulina para metabolizar 15g de carboidrato.
A CONTAGEM DE CARBOIDRATOS não deve ser confundida com uma “liberdade” exagerada e descontrolada de consumir alimentos que normalmente alteram a glicemia. Ela existe para melhorar o CONTROLE GLICÊMICO, permitindo que o paciente possa consumir alimentos que antes eram totalmente proibidos, assim como para ajustar a dose de insulina aplicada de acordo com a ingesta alimentar daquela refeição.
Entretanto, apesar de ser muito interessante na teoria, a prática pode ser mais difícil! Calcular a quantidade exata e velocidade de absorção do carboidrato, o quanto de gordura e proteina que também foram ingeridas, a velocidade de absorção de insulina... não é uma tarefa fácil... e muito sujeita a erros.
Por isso, mesmo pacientes muito disciplinados permanecem com o seu diabetes tipo 1 descontrolado. E agora? Não tem solução?
Veja, se o seu corpo não lida bem com os carboidratos, nada mais lógico do que retirá-lo da sua base alimentar! Não precisamos de grandes quantidades de carboidrato para sobreviver. Podemos usar como fonte de energia a gordura natural dos alimentos.
A dieta Low Carb - Cetogênica pode ser uma importante aliada não só no tratamento do diabetes tipo 2, mas também no diabetes tipo 1. A quantidade de insulina que deve ser aplicada diminui muito e, consequentemente, a chance de erro também.
QUALQUER MUDANÇA NA ALIMENTAÇÃO E DOSE DE INSULINA DEVE SER FEITA SOB SUPERVISÃO MÉDICA!
Na CONSULTA COM O ENDOCRINOLOGISTA tire as suas dúvidas e informe-se. A informação é um importante remédio no TRATAMENTO DO DIABETES!
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