Tratamento do Diabetes - Glicosúricos
O RIM tem um papel importante na manutenção dos níveis de glicose sangue. Nos rins o sangue circula por uma rede de vasinhos para ser filtrado. No organismo saudável, substâncias importantes, como a GLICOSE, são reabsorvidas nestes vasinhos e voltam à circulação sanguínea. O que for indesejável é filtrado pelos rins e eliminado pela urina. Em um adulto saudável, são filtrados cerca de 180g de glicose por dia, sendo a maior parte desta reabsorvida.
Existem transportadores responsáveis pela reabsorção da glicose, eles devolvem ao sangue a glicose que seria eliminada na urina. Os inibidores da SGLT2 (proteína transportadora de glicose), como a dapagliflozina (Forxiga), canagliflozina (Janssen) e empagliflozina (Jardiance), atuam inibindo a reabsorção tubular proximal de glicose e sódio, por mecanismo independente de insulina, promovendo um aumento de glicosúria (glicose na urina) com melhora do controle glicêmico, perda de peso e redução da pressão arterial. O excesso de açúcar é, então, mandado para a bexiga e é liberado do corpo pela urina. A medicação elimina, em média, 70 gramas de glicose por dia.
No organismo do paciente com DIABETES, há glicose demais circulando e os rins acabam se adaptando e reabsorvendo, desnecessariamente, glicose em excesso. Assim, as TAXAS DE GLICOSE no sangue aumentam. É aí que entram os glicosúricos (inibidores de SGLT2 - sigla da proteína que nos rins reabsorvem a glicose). O bloqueio desta proteína fecha uma comporta não permitindo que a glicose volte à corrente sanguínea.
Ou seja, essas medicações (glicosúricos), impedem que uma porta se abra nos rins (proteína SGLT2), dessa forma o açucar (glicose), não tem como voltar para o sangue e é eliminado na urina.
É justamente por interferir nessa proteína que os GLICOSÚRICOS também são capazes de eliminar sódio e auxiliar no controle da pressão arterial. Como muita água e glicose saem de circulação, é comum haver um pequeno decréscimo nos ponteiros da balança (EMAGRECIMENTO). Estima-se uma perda de 250 a 280 calorias por dia. E com menos peso, também fica mais fácil controlar a glicemia.
Estudos recentes não só estabeleceram a SEGURANÇA da empagliflozina, mas também demonstraram redução de mortalidade cardiovascular e de eventos de descompensação da INSUFICIÊNCIA CARDÍACA associada à melhora no controle glicêmico.
O principal efeito colateral é o aumento de infecções urogenitais por fungos. Esses medicamentos dependem da capacidade renal de filtrar glicose e não devem, portanto, ser utilizados em pacientes com insuficiência renal.
Na CONSULTA COM O ENDOCRINOLOGISTA tire as suas dúvidas e informe-se. A informação é um importante remédio no TRATAMENTO DO DIABETES!
Saiba mais sobre o Diabetes:
- Diabetes - Educação em Diabetes - Índice